sexta-feira, 17 de maio de 2013

Kit colheita Cana de Açúcar 3 linhas DMB


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Kit ColheBen - DMB



Descricão:


O Kit ColheBen é um acessório para ser acoplado em todas as colhedoras de cana, para proporcionar a colheita simultânea de até 3 linhas de cana, nas áreas de baixa produtividade, reduzindo de forma significativa o custo da colheita nestas áreas.
O corte da cana é feito bem próximo do solo, na posição horizontal, diminuindo o impacto nas soqueiras e as impurezas minerais. As linhas de cana cortadas são direcionadas para o centro da colhedora, não ficando cana para ser recolhida na volta, inclusive com índice de perdas mínimos.
A instalação do kit ColheBen na colhedora de cana é bastante simples, necessitando um tempo maior apenas na primeira vez, quando são colocados os suportes para fixação do kit, porém, depois da primeira instalação, o seu acoplamento ou retirada não dura mais do que 15 minutos. 
O Kit ColheBen possui a versatilidade de colher 3 linhas simultâneas de cana em áreas com produtividade de até 65 - 70 t/ha e, em áreas com produtividade mais elevada, manter um braço levantado, colhendo-se 2 linhas simultâneas. Nos dois casos, outro benefício do uso do kit é o menor pisoteio, devido ao menor tráfego da colhedora e transbordos na área.
Para um funcionamento adequado do Kit ColheBen é necessário que o canavial esteja ereto, sem excesso de plantas daninhas e que a variação do espaçamento entre linhas seja de no máximo 5%.  
É necessário também, colhedora com fluxo de óleo disponível dos cortadores laterais ou de algum outro ponto com a mesma vazão (l/min).
O uso do Kit ColheBen para a colheita mecanizada em áreas de baixa produtividade, proporciona uma redução de combustível de até 40% em litros/t colhida e transportada, uma redução no tempo de colheita de até 60% para completar a carga do transbordo, além de uma redução no tráfego sobre a lavoura de 50 a 70%.
Características:
- 2 cortes de base com sete facas cada um, acionados por motor hidráulico e chapas empurradoras das canas para o centro da colhedora. 
- Disco côncavo fixado embaixo do corte de base, que proporciona copiar o solo e fazer o corte paralelo ao solo e sempre na mesma altura.
- Regulagem para espaçamento das linhas de cana de 1,00m até 1,50m.
- 2 cilindros hidráulicos que permitem levantar os braços do kit individualmente.






Créditos: DMB http://www.dmb.com.br/Catalogo/Produto.aspx?IDProduto=112 ( acesso dia 17/05/2013)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ADUBAÇÃO; DOENÇAS E PRAGAS


Introdução

Esta postagens tem como objetivo abordar três assuntos, adubação, doenças e pragas que como deve - se proceder para que a produção final não seja afetada.
Para a cana de açúcar há a necessidade de considerar duas situações distintas, adubação para cana-planta e para soqueiras, sendo que, em ambas, a quantificação será determinada pela análise do solo. O manejo da fertilidade do solo, envolvendo correção da acidez e adubação, é um fator determinante da produtividade das culturas. Entretanto, o emprego de fertilizantes e corretivos deve ser criterioso e equilibrado, considerando que o uso do solo deve ser feito de forma a manter sua fertilidade em equilíbrio com o meio ambiente.
Doenças da cana-de-açúcar, já foram descoberta no Brasil mais de 200, tem registro de cerca 58 existe aqui no Brasil. Sendo que 10 são de grande relevância na economia do setor. As doenças são caraterizado pelos fungos, bactérias e vírus.
As pragas da cana-de-açúcar também é outo grande problema, há uma grande espécie de inseto. Que atacam principalmente: As raízes, o colmo e as folhas, afetando diretamente a produção.




  


Adubação
A cana-de-açúcar apresenta sistema radicular diferenciado de outras culturas, uma vez que, não havendo impedimentos físicos ou químicos, atinge camadas profundas do solo. Facilitar o crescimento das raízes em profundidade contribui para o aumento da produtividade da cultura, já que aumenta o volume de solo explorado para a retirada de água e nutrientes.
O uso de corretivos é fundamental para a melhoria da fertilidade do solo e dos ambientes de produção para a cana-de-açúcar. Considera-se como práticas corretivas o uso do calcário para corrigir a acidez, o uso do gesso para diminuir a atividade do alumínio e acrescentar cálcio em profundidade, e a fosfatagem, que adiciona fósforo em área total para aumentar o teor de fósforo em solos muito pobres deste elemento.
A correção da acidez do solo tem efeitos diretos e indiretos sobre as plantas, alterando características do solo, como:
·         A neutralização do alumínio e do  manganês, que podem ser tóxicos para as plantas;
·         A elevação das concentrações de cálcio e magnésio;
·         A elevação do pH;
·         O aumento na disponibilidade de uma série de elementos, como o fósforo, por exemplo.
Efeitos indiretos dizem respeito ao aumento do sistema radicular das plantas em função da melhoria da fertilidade e do aumento do cálcio, maior produtividade em função da maior disponibilidade de nutrientes, melhoria nas características físicas e biológicas do solo.
Para a cana-de-açúcar, a calagem tem possibilitado uma maior longevidade do canavial (em geral um corte a mais do que seria possível sem a calagem). A adubação da cultura visa adicionar os nutrientes necessários em quantidades suficientes para garantir a máxima produtividade econômica. É importante subtrair no cálculo dos nutrientes necessários as quantias que serão fornecidas pelo solo, de acordo com a relação abaixo:
Adubação = (nutriente requerido pela planta - nutriente fornecido pelo solo). F
F é o fator de aproveitamento do fertilizante, que corrige as perdas sofridas nos processos existentes entre a aplicação e a absorção do nutriente pelas plantas.
O primeiro passo no planejamento da adubação é saber quais nutrientes são necessários para o bom desenvolvimento da cana-de-açúcar. Os elementos químicos encontrados em maiores concentrações são o carbono, o hidrogênio e o oxigênio, sendo que estes elementos são adquiridos do ar e da água, pelos processos de fotossíntese.
Os minerais obtidos do solo em maior quantidade (gramas por quilo de matéria vegetal produzida) em qualquer cultura agrícola são chamados de macronutrientes, divididos em:
Primários ou nobres: Nitrogênio (N), Fosfóro (P) e Potássio (K).Secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S).
Os nutrientes minerais exigidos em menores quantidades (miligramas ou microgramas por quilo de matéria vegetal produzida) são os micronutrientes:
Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo), Níquel (Ni) e Zinco (Z). 
A época da adubação é muito importante para o aproveitamento do fertilizante, levando-se em consideração o estágio da cultura, o comportamento do elemento no solo e a idade do canavial (cana-planta e cana-soca).
Os fertilizantes e corretivos podem ser classificados como os insumos de maior importância para a produção de cana-de-açúcar, devido à capacidade que estes têm de influenciar a produtividade da cultura.
Na adubação mineral com NPK, em geral, o nitrogênio é o nutriente que as plantas necessitam em maior quantidade. Entretanto, na cultura da cana-de-açúcar, o potássio é requerido em quantidades maiores do que o nitrogênio, elemento que faz parte de muitos compostos, sobretudo das proteínas, e é constituinte da clorofila, ácidos orgânicos e hormônios vegetais. O canavial bem nutrido em nitrogênio apresenta-se verde e exuberante, uma vez que este nutriente estimula a brotação, o enraizamento e o desenvolvimento de perfilhos.
A resposta na produtividade da cana-planta devido à aplicação de nitrogênio é pequena, mas, mesmo assim, são utilizadas entre 30 e 60 quilos de nitrogênio por hectare. Já nas soqueiras, a produtividade é altamente influenciada pela aplicação do nitrogênio, sendo comum a utilização de 80 a 150 quilos por hectare, dependendo do ambiente de produção, da variedade e da idade do canavial.
O fósforo, por sua vez, é o nutriente que as plantas requerem em menor quantidade. Apesar disso, é um dos elementos aplicados em maiores quantidades nos solos brasileiros, devido à sua baixa disponibilidade natural e grande afinidade da fração mineral do solo por este elemento, o que se torna um dos fatores mais limitantes da produção em solos tropicais. Com isso, a adubação fosfatada é imprescindível para a otimização da produção de diversas culturas, inclusive a cana.
A adubação fosfatada para a cana-de-açúcar é amplamente reconhecida como uma prática eficaz para elevar a produtividade dos canaviais, principalmente nos solos brasileiros, que são, em geral, pobres em fósforo.
O fósforo faz parte das moléculas de ATP e ADP, participando, portanto, de todos os processos metabólicos que utilizam energia. O elemento também é constituinte de fosfolipídeos e moléculas de DNA e RNA, participando dos processos de divisão celular e transmissão dos caracteres genéticos. Embora o elemento seja um dos macronutrientes menos exigidos pela cana-de-açúcar, as dosagens utilizadas estão entre 100 e 150 quilos de P2O5 por hectare, sendo que, geralmente, o fósforo é aplicado uma única vez, no sulco de plantio. Essa dose de fósforo satisfaz, portanto, a necessidade da cultura por cinco anos.
O potássio estimula a vegetação e o perfilhamento; aumenta o teor de carboidratos, óleos, lipídeos e proteínas; promove o armazenamento de açúcar e amido; ajuda na fixação do nitrogênio; regula a utilização da água e aumenta a resistência à seca, geada e moléstias.
Por apresentar alta resposta na produtividade, o potássio é aplicado em doses altas tanto na cana como nas soqueiras. Doses entre 80 e 150 quilos de K2O por hectare são utilizadas tanto para a cana-planta como para as soqueiras.
Adubação Mineral de Plantio
Produtividade esperada
Nitrogênio
P resina, mg/dm³
0 - 6
7 - 15
16 - 40
>40
t/ha
N, kg/ha
P2O5, kg/ha
<100
100 - 150
>150
30
30
30
180
180
*
100
120
140
60
80
100
40
60
80

Produtividade esperada
K+ trocável, mmolc/dm³
0 - 0,7
0,8 - 1,5
1,6 - 3,0
3,1 - 6,0
>6,0
t/ha
K2O, kg/ha
<100
100 - 150
>150
100
150
200
80
120
160
40
80
120
40
60
80
0
0
0
* Não é provável obter a produtividade dessa classe, com teor muito baixo de P no solo. 
Aplicar mais 30 a 60 kg/ha de N, em cobertura, durante o mês de abril; em solo arenoso dividir a cobertura, aplicando metade do N em abril e a outra metade em setembro - outubro.
Adubações pesadas de K2O devem ser parceladas, colocando no sulco de plantio até 100 kg/ha e o restante juntamente com o N em cobertura, durante o mês de abril.
Para soqueira, a adubação deve ser feita durante os primeiros tratos culturais, em ambos os lados da linha de cana; quando aplicada superficialmente, deve ser bem misturada com a terra ou alocada até a profundidade de 15 cm.
Na adubação mineral da cana-soca aplicar as indicações do quadro a seguir, observando os resultados da análise de solo e de acordo com a produtividade esperada.

Adubação Mineral da Cana-Soca
Produtividade esperada
Nitrogênio
P resina, mg/dm³
K+ trocável, mmolc/dm³
0-15 > 15
0,15  1,5-3,0 > 3,0
t/ha
N, kg/ha
P2O5, kg/ha
K2O, kg/ha
< 60
60 - 80
80 - 100
> 100
60
80
100
120
30
30
30
30
0
0
0
0
90
110
130
150
60
80
100
120
30
50
70
90
Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996

Aplicar os adubos ao lado das linhas de cana, superficialmente e misturado ao solo, no máximo a 10 cm de profundidade.
Se for constatada deficiência de cobre ou de zinco, de acordo com a análise do solo, aplicar os nutrientes com a adubação de plantio, nas quantidades indicadas a seguir:

Zinco no solo
Zn
Cobre no solo
Cu
mg/dm³
kg/ha
mg/dm³
kg/ha
0-0,5
> 0,5
5
0
0-0,2
> 0,2
4
0
Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996

Uso de Resíduos da Agroindústria Canavieira
Atualmente há uma tendência em substituir a adubação química das socas pela aplicação de vinhaça, cuja quantidade por hectare esta  na dependência da composição química da vinhaça e da necessidade da lavoura em nutrientes.
Os sistemas básicos de aplicação são por infiltração, por veículos e aspersão, sendo que cada sistema apresenta modificações.
A torta de filtro (úmida) pode ser aplicada em área total (80-100 t/ha), em pré-plantio, no sulco de plantio (15-30 t/ha) ou nas entrelinhas (40-50 t/ha). Metade do fósforo aí contido pode ser deduzido da adubação fosfatada recomendada. (Boletim Técnico 100 IAC, 1996).










Doenças


Doenças da cana-de-açúcar
Até hoje foram identificadas 216 doenças que atingem a cana-de-açúcar, sendo que cerca de 58 foram encontradas no Brasil. Dentre estas 58 doenças, pelo menos dez podem ser consideradas de grande importância econômica para a cultura. 
As doenças mais importantes são controladas com o uso de variedades resistentes. Porém, o fato de o controle estar embutido nas características agronômicas da planta faz com que alguns produtores rurais desconheçam o valor da variedade. Entretanto, como a maioria das resistências a doenças nessa cultura é de caráter quantitativo e não qualitativo, ou seja, a resistência não é absoluta, mas gradual, muitas variedades em cultivo podem apresentar certo nível de suscetibilidade a algumas doenças.
Como os causadores de doenças são seres vivos, eles podem produzir, também, novas raças ou variantes que vencem essa resistência e passam a causar novo surto de doença. Em função disso e das mudanças climáticas, podem surgir surtos epidêmicos, havendo a necessidade de identificar novas doenças da cana e manter uma contínua vigilância dentro dos canaviais, nos níveis estadual e nacional.
Principais doenças da cana-de-açúcar
·                    Escaldadura-das-folhas;
·                    Estria vermelha;
·                    Raquitismo-da-soqueira;
·                    Mosaico;
·                    Amarelinho;
·                    Ferrugem da cana;
·                    Carvão da cana;
·                    Mancha parda;
·                    Podridão abacaxi;
·                    Podridão de fusarium;
·                    Podridão vermelha.
Alguns fatores ambientais podem causar sintomas parecidos com doenças nas planta, o que pode confundir o produtor ou o extensionista. Um exemplo é a semelhança entre os sintomas de podridão vermelha com os efeitos de um raio que atinge a lavoura..


Doenças causadas por bactérias

Dentre as doenças bacterianas que preocupam o setor canavieiro destacam-se a escaldadura das folhas, estrias vermelhas e raquitismo da soqueira, que estão descritas, detalhadamente, abaixo. Outras doenças também provocam prejuízos, dependendo da região e das condições ambientais.

Escaldadura das folhas - Bactéria Xanthomonas albilineans 
A doença é causada pela bactéria Xanthomonas albilineans, capaz de colonizar os vasos das plantas e mover-se sistematicamente em seus tecidos vegetais. Ela se manifesta de forma distinta em localidades diferentes, isto é, os sintomas da doença variam de acordo com as condições do local. 
A escaldadura das folhas apresenta grande potencial destrutivo, sobretudo em variedades suscetíveis. No Brasil, sua importância tem sido deixada de lado em função dos erros de identificação e da confusão de seus prejuízos com aqueles causados pelo raquitismo da soqueira. Quando a doença se manifesta em variedades extremamente suscetíveis, pode causar perdas de até 100%. Ela pode causar, ainda, má formação dos colmos, morte das touceiras, queda de produção e de riqueza em sacarose.
São conhecidos três tipos de sintomas da doença, considerados bastante complexos:
·                    em algumas situações, observa-se no interior dos colmos uma descoloração na região dos nós, assemelhando-se aos sintomas do raquitismo da soqueira;
·                    surgimento de diversos sintomas externos, sendo que o mais característico são as estrias brancas na folha, podendo atingir até sua base;
·                    o sintoma agudo, observado nas variedades mais suscetíveis em condições favoráveis à bactéria, caracteriza-se pela queima total das folhas, como se a planta tivesse sido escaldada. Daí a origem do nome da doença, escaldadura das folhas

A bactéria penetra pelos ferimentos dos colmos e permanece na planta durante toda sua vida. Dessa forma, a doença é facilmente disseminada na colheita por meio de ferramentas de corte como o facão ou mesmo as colhedoras. Com o aumento da colheita mecanizada, as preocupações com essa doença se intensificaram. Portanto, é importante manter o canavial sempre sadio.
Os ventos e as chuvas podem disseminar a doença por longas distâncias, quando espalham a bactéria presente em áreas mortas (necroses) das plantas afetadas. Condições de estresse (frio, seca ou temperatura muito alta) induzem o aparecimento da fase aguda da doença.
A principal forma de controle da escaldadura das folhas é feita por meio de variedades resistentes e tolerantes. O uso de variedades tolerantes requer alguns cuidados, como: evitar plantio de mudas provenientes de campos com a doença; preparar áreas de viveiros para eliminar bactérias do solo e restos de cultura; desinfectar equipamentos e ferramentas utilizadas no manejo da cultura. Não é conhecido até o momento qualquer produto, químico ou biológico, que controle satisfatoriamente a escaldadura das folhas.

Estria vermelha – Bactéria Acidovorax avenae
A bactéria causadora da doença é de origem asiática e está presente nas principais regiões canavieiras do mundo. No Brasil, sua presença é restrita, pois necessita de condições de clima e solo específicas, como alta fertilidade. A estria vermelha é considerada uma doença secundária, porém apresenta certo impacto econômico nos Estados de São Paulo e do Paraná.
A doença manifesta-se com o aparecimento de estrias finas e longas nas folhas e podridão do topo do colmo. Nas folhas os sintomas evoluem para uma coloração vermelho-marrom. Com a evolução da doença, as estrias atingem o topo da planta. Posteriormente, essa região umidece e apodrece. Se as condições forem favoráveis, a podridão do topo estende-se pelo resto do colmo, causando rachaduras por onde escorre um líquido de odor desagradável.
A disseminação da bactéria se dá por respingos de chuva e pelo vento, sendo que o calor (temperaturas acima de 28º C) e a alta umidade (acima de 90%) favorecem seu desenvolvimento. As infecções são favorecidas, também, por ferimentos produzidos nas plantas, quando uma folha esbarra em outra. O uso de variedades resistentes é o método mais efetivo de controle da estria vermelha.

Raquitismo da soqueira - Bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli
Pesquisadores consideram o raquitismo da soqueira a mais importante doença da cana-de-açúcar em todo o mundo. O raquitismo pode causar prejuízos de 5 a 30% da produtividade e infeccionar até 100% do canavial. 
Não existe qualquer sintoma externo característico da doença que possa ser visualizado para o diagnóstico. Por isso, em alguns casos, o produtor pode não saber que seu campo está infectado. O produtor só tomará conhecimento do raquitismo quando observar o subdesenvolvimento dos colmos rebrotados da touceira depois da colheita. 
A doença leva a um crescimento retardado das touceiras e colmos menores, tornando o canavial desuniforme. Nas touceiras doentes observa-se, então, colmos mais finos e internódios (região entre os nós) curtos, o que causa redução da produtividade. Se faltar água às plantas durante a manifestação do raquitismo da soqueira, seus efeitos serão mais intensos e ocorrerá enrolamento das folhas.
A intensidade dos sintomas e, também, as perdas são variáveis. Ambas dependem da cultivar, da idade da touceira e das condições climáticas, como a seca.Além destes fatores, também podem estar associadas aos seguintes aspectos: intensidade de estresses causados por herbicidas; ocorrência de outras doenças simultaneamente; tratos culturais inapropriados, como excesso de competição por plantas daninhas, excesso ou falta de nutrientes e compactação do solo. 
A doença manifesta-se de modo mais claro nas soqueiras de variedades mais suscetíveis, nas quais podemos observar outro sintoma, já interno à planta: o desenvolvimento de uma coloração alaranjada-claro a vermelha-escuro nos vasos que conduzem a água na planta (vasos xilema) na parte mais velha dos colmos maduros. 
Existem registros de que a bactéria sobrevive no solo após a colheita para re-infectar plantas sadias. A principal forma de controle do raquitismo da soqueira é por meio de resistência varietal. No entanto, a maior dificuldade consiste na seleção de variedades resistentes em função da dificuldade no diagnóstico rápido e eficiente da doença. Outra forma eficaz de controle é o tratamento térmico de toletes ou gemas por duas horas a 50C. Por ser facilmente transmitida por meios dos equipamentos, a desinfecção é um importante método para prevenção da doença. Todos os equipamentos usados para corte da cana devem ser desinfectados com produtos químicos ou pelo calor.

Doenças causadas por fungos

Dentre as doenças causadas por fungos e que podem prejudicar o canavial, destacam-se a ferrugem e o carvão. Outras importantes doenças são: mancha parda, podridão abacaxi, podridão vermelha e podridão de fusarium (fusariose), que serão descritas detalhadamente, abaixo.

Ferrugem - Fungo Puccinia melanocephala
A ferrugem está presente em todas as regiões produtoras do Brasil e é encontrada em, aproximadamente, 64 países produtores. Conhecida há mais de 100 anos, a doença causa perdas de 50% nas variedades mais suscetíveis. No Brasil, a ferrugem foi detectada pela primeira vez em 1986, quando afetou canaviais dos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Os sintomas característicos da ferrugem, descritos abaixo, podem ser observados na Figura 1.
·                    inicialmente, surgem pequenas pontuações cloróticas nas folhas, que evoluem para manchas alongadas de coloração amarelada, podendo ser observadas na superfície superior e inferior da folha. As manchas variam entre dois e dez centímetros de comprimento e um e três centímetros de largura, e aumentam rapidamente de tamanho, mudando da coloração amarela para avermelhada, vermelho-parda e preta nos estágios finais de morte da folha;
·                    desenvolvimento de pústulas (elevações na superfície da folha, causadas pelo desenvolvimento do fungo) nos centros das manchas e na face inferior das folhas.
As pústulas encobrem parte da folha, reduzindo sua área fotossintética. Assim, a planta pode apresentar crescimento retardado, morte de perfilhos, colmos finos e encurtamento dos entrenós. Em variedades muito suscetíveis, as pústulas agrupam-se, formando placas de tecido morto. Plantas muito atacadas podem apresentar folhas queimadas e sem brilho.
Os sintomas da ferrugem são mais evidentes nas primeiras etapas de desenvolvimento da doença, sendo bem menos perceptíveis ao final da epidemia, quando as plantas atingem maior grau de maturação. De modo geral, a máxima suscetibilidade das plantas ocorre no estágio juvenil (três a seis meses). A maturidade é, normalmente, acompanhada da recuperação dos sintomas, caracterizando, em muitas variedades, o que se denomina resistência da planta adulta. 
A disseminação da doença se dá, sobretudo, pelo vento, que transporta os esporos do fungo para outras plantas e regiões. A única prática de controle para a doença é o uso de variedades resistentes. O uso de fungicidas foliares não é uma opção economicamente viável.

Carvão Fungo Ustilago scitaminea
O agente causador do carvão está presente em todas as regiões do Brasil, sendo que sua primeira constatação foi em 1946, no Estado de São Paulo. Após sua descoberta, várias medidas de controle foram adotadas, sendo que a que surtiu maior efeito foi a proibição do plantio comercial de variedades suscetíveis a essa moléstia.
O carvão pode causar diversos danos ao canavial e as perdas podem chegar a 100% em variedades suscetíveis. Algumas regiões canavieiras podem permanecer por muitos anos sem relatos de ocorrência de carvão e, no entanto, a doença pode reaparecer e devastar rapidamente áreas com variedades suscetíveis. Os danos causados pelo fungo incidem tanto na redução da produção como na perda de qualidade do caldo. O carvão é uma das doenças que atingem a cana-de-açúcar de mais fácil identificação.
A doença caracteriza-se pelo surgimento de um chicote, que consiste em uma modificação da região de crescimento do colmo (ápice), induzida pelo fungo, com tamanho variável - de alguns centímetros a mais de um metro de comprimento. O chicote é composto por parte do tecido da planta e parte do tecido do fungo. Inicialmente, esse chicote apresenta cor prateada, passando, posteriormente, à preta, devido à maturação dos esporos nele contidos. Antes de emitirem o chicote, as plantas doentes apresentam folhas estreitas e curtas, colmos mais finos que o normal e touceiras com superbrotamento. Os chicotes surgem em plantas com idade entre dois e quatro meses, sendo que o pico ocorre entre seis e sete meses de idade. 
As condições ambientais são determinantes no surgimento de epidemias de carvão. Sob condições de estresse, mesmo variedades resistentes ao fungo podem apresentar sintomas da doença. Condições de estresse hídrico e calor favorecem a ocorrência do fungo. A transmissão da doença se dá de forma aérea, por disseminação a partir dos chicotes e por meio do plantio de mudas infectadas. A forma mais eficiente para controlar a doença é o uso de variedades resistentes. A doença pode, ainda, ser prevenida com o uso de mudas sadias obtidas a partir de tratamento térmico para curá-las da doença. Outra prática que deve ser utilizada, sobretudo quando são empregadas variedades de resistência intermediária, é o roguing (eliminação de plantas doentes).

Mancha parda Fungo Cercospora longipes
Doença presente em todas as regiões do País e que apresenta intensidade variável nos canaviais. O  sintoma típico da doença (Figura 3) é o surgimento de manchas de coloração marrom-avermelhada e marrom-amarelada na superfície superior e inferior de folhas adultas. Muitas vezes, as manchas apresentam halos cloróticos em seu contorno.
O tamanho da área afetada da folha depende do grau de resistência da variedade ao patógeno, sendo que a melhor maneira de controlar a doença nos canaviais é com o uso de variedades resistentes.

Podridão abacaxi Fungo Ceratocystis paradoxa
Doença que afeta uma grande quantidade de outras culturas, a podridão abacaxi pode incidir também sobre as mudas (toletes) de cana-de-açúcar. Como o fungo causador da doença não possui mecanismos próprios de penetração, ele se utiliza de aberturas naturais ou ferimentos para entrar e colonizar uma planta. Se a cana for plantada em solo contaminado, a penetração do fungo ocorre pelo corte nos toletes de plantio.
Uma vez instalado na muda, o fungo provoca baixa germinação em canaviais recém implantados e, também, morte de brotos novos. Um diagnóstico mais preciso pode ser realizado ao se observar uma coloração vermelha dos tecidos internos e exalação de odor de abacaxi quando realizado um corte longitudinal no tolete (Figuras 4 e 5).
Como a sobrevivência do fungo é favorecida pela alta umidade a doença ocorre, geralmente, em solos argilosos, encharcados e de difícil drenagem. Temperaturas baixas é outra condição favorável ao desenvolvimento do fungo, por isso o outono da Região Centro-Sul é a época mais comum de aparecimento da doença.
Para prevenir a podridão abacaxi são recomendáveis medidas como:
·                    tratar as mudas com fungicidas antes do plantio;
·                    picar os toletes em tamanhos maiores, com seis gemas ou mais;
·                    evitar replantio de mudas em solos contaminados recentemente.

Podridão vermelha – Fungo Colletotrichum falcatum
A doença existe desde o início do cultivo da cana e ocorre no mundo todo. A podridão vermelha causa prejuízos importantes à cultura, sobretudo pela inversão de sacarose, o que diminui o rendimento no processamento da cana. São freqüentes os relatos de perdas de 50% a 70 % de sacarose em colmos atacados simultaneamente pelo fungo e pela broca-da-cana, pois ao perfurar o colmo ela abre caminho para a entrada do fungo.  
A doença pode se manifestar na cana-de-açúcar sob diferentes formas, sendo que a principal característica é a degradação dos colmos. Como os danos são internos, a doença pode passar despercebida. Para reconhecer os sintomas, recomenda-se partir o colmo no sentido longitudinal e observar a presença de grandes manchas vermelhas separadas por faixas mais claras ou brancas - é o que permite fazer a diferença entre fusariose e podridão vermelha (Figura 6).
O método de controle mais eficiente é o uso de variedades resistentes, mas algumas práticas como eliminação dos restos da cultura, controle da broca-da-cana e plantio de mudas de boa qualidade podem diminuir a incidência.
Podridão de fusarium (fusariose) – Fungo Fusarium moniliforme
A fusariose é uma doença presente em todas as regiões produtoras do mundo e pode contaminar a planta em qualquer fase de seu desenvolvimento. O fungo causador da doença pode ocasionar uma grande variedade de sintomas nas plantas, que dependem do estágio de desenvolvimento da cana, do seu nível de resistência e de condições ambientais. Em plântulas de cana-de-açúcar os sintomas são:
·                    sistema radicular pouco desenvolvido;
·                    baixo vigor;
·                    podridão de raíz e de colo;
·                    damping-off (morte de várias plântulas agrupadas, denominadas reboleira).
Em toletes de plantio, os sintomas são:
·                    baixa brotação das gemas;
·                    podridão de raíz;
·                    enfezamento (redução no tamanho) dos brotos.
Nos colmos os sintomas são muito parecidos com os da podridão vermelha e seu aparecimento está associado a ferimentos químicos ou físicos como aqueles causados por brocas (Figura 7). Outro dano causado é o chamado Pokkah-boeng, em que ocorre uma deformação do topo da cana-de-açúcar. Os melhores métodos de controle da fusariose são o uso de variedades tolerantes e o controle da broca da cana-de-açúcar.

Doenças causadas por vírus

Mosaico (Vírus do mosaico da cana-de-açúcar) 
A doença conhecida como mosaico possui registros de ocorrência já no início do século XX. Os países produtores, nesta época, incluindo o Brasil, cultivavam variedades de cana conhecidas como nobres (Saccharum officinarum), que eram altamente suscetíveis ao mosaico, registrando grandes perdas. Com o avanço dos programas de melhoramento genético e a hibridação surgiram novas variedades, resistentes ao vírus.
O agente causador da doença é o vírus do mosaico da cana-de-açúcar. Existem descritas, até o momento, 14 linhagens diferentes deste vírus, definidas por letras de A a N, sendo que no Brasil a mais comum é a linhagem B. A intensidade da infecção, grau dos sintomas e perdas variam entre estas linhagens. 
Os sintomas da infecção pelo vírus do mosaico apresentam-se nas folhas, na forma de áreas com intensidades contrastantes de verde.
Na maioria dos casos aparecem áreas de verde muito intenso cercadas por áreas de um verde mais claro, ou até mesmo cloróticas, sendo que estas são mais evidentes na base das folhas e nas lâminas foliares. Em um grau mais avançado a doença pode tornar as folhas avermelhadas e até provocar necrose. A transmissão natural do vírus se dá por meio de pulgões, sendo estes os vetores da doença. Pulgões que possuem o vírus no organismo transmitem-no para uma nova planta ao picarem sua folha. Outra forma importante de disseminação é a utilização de mudas de canas infectadas, seja para a formação de viveiros ou canaviais comerciais.
O método mais eficaz para controlar o mosaico é a utilização de variedades resistentes. Aplicação de inseticidas para controle de pulgão não apresenta nenhuma eficiência. Quando o nível de infecção no canavial é baixo a prática do roguing (retirada de plantas doentes) é muito utilizada.

Vírus do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar
A ocorrência do “amarelinho”, também conhecido como vírus do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, foi relatada pela primeira vez em 1989. Em 1993, essa doença foi considerada de caráter epidêmico em lavouras no Estado de São Paulo, com perdas de até 50% da lavoura. O vírus é transmitido pela espécie de afídeo (pulgão) Melanaphys sacchari.
As plantas afetadas apresentam amarelecimento da nervura central das folhas na face inferior, seguido do limbo foliar. Folhas mais velhas, sexta ou sétima a partir do ápice, apresentam uma coloração vermelha na face superior da nervura central. Posteriormente, uma perda de pigmentação distribui-se pelo limbo foliar, progredindo da ponta para a base, sendo eventualmente seguida pela necrose do tecido .
As raízes e colmos mostram crescimento reduzido e, conseqüentemente, a produção é muito prejudicada. Como não apresenta sintomas específicos, pode ser confundida com deficiência nutricional, compactação do solo ou outros problemas. Os métodos de controle mais eficazes são o uso de variedades resistentes ou tolerantes e o rouguing.





Pragas

Os danos causados pelos insetos às plantas são variados e podem ser observados em todos os órgãos vegetais. Um inseto só pode ser considerado praga quando atinge um determinado índice de dano econômico para a cultura plantada. Dependendo da espécie, do tamanho populacional da praga, da fase de desenvolvimento, estrutura vegetal atacada e da duração do ataque, pode haver maior ou menor prejuízo, em quantidade e em qualidade. Mundialmente, a cana-de-açúcar contabiliza perdas de aproximadamente 20% ao ano, considerando somente o ataque de pragas.
Prejuízos econômicos 
A cana-de-açúcar pode ser atacada por mais de 80 espécies de pragas, sendo que algumas delas, como alguns besouros e cupins, muitas vezes são observadas nas lavouras somente após terem causado danos, uma vez que são pragas de solo e, por isso, de difícil observação. Para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestação são de 616 quilos de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros de álcool, aproximadamente.
Os prejuízos causados pela cigarrinha-da-folha têm chegado a 17,5% de perda no processo industrial, quando a população de adultos chega a 0,7 indivíduos por colmo. A espécie Heterotermes tenuis chega a causar perdas da ordem de dez toneladas por hectare, por ano, sobretudo em solos arenosos. A cigarrinha-da-raíz chega a causar perdas de 11% na produtividade agrícola e 1,5% na produção de açúcar.
Acredita-se que o aumento das perdas ocasionadas por pragas agrícolas seja devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos, que forçaram uma evolução dessas pragas e o surgimento de espécies resistentes a determinados inseticidas.
Controle de Pragas
Métodos culturais: baseiam-se na utilização dos conhecimentos ecológicos e biológicos das pragas, empregando práticas culturais. As mais comuns são:
  • rotação de culturas;
  • aração do solo;
  • época de plantio e colheita;
  • destruição de restos de cultura;
  • cultura no limpo;
  • poda;
  • adubação e irrigação;
  • plantio direto e outros sistemas de cultivo.
Método de resistência de plantas: baseia-se no emprego de plantas resistentes a insetos, considerado o método ideal de controle devido à possibilidade de permitir a manutenção da praga em níveis inferiores ao de dano econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem ônus adicional ao agricultor. É ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo de pragas.
Métodos de controle por comportamento: baseiam-se nos estudos de fisiologia dos insetos. Esses métodos não apresentam riscos de intoxicação para o homem e para animais domésticos, não geram resíduos tóxicos e evitam desequilíbrios ecológicos. Uma das formas de controle por comportamento é o uso de hormônios de inseto.
Métodos de controle físico: envolvem processos como queima, drenagem, inundação e temperatura.
Método biológico: trata-se do controle de pragas por meio de inimigos naturais, que se dividem em:
  • entomopatógenos: organismos causadores de doenças em seus hospedeiros;
  • parasitóides: organismos que se desenvolvem no interior dos hospedeiros;
  • predadores: organismos que matam suas presas.
Método químico: constitui-se no uso de inseticidas – compostos químicos e biológicos – que são aplicados, direta ou indiretamente, para matar insetos.
O controle de pragas é regulamentado por leis e portarias federais e estaduais, distribuídas em diversas modalidades. O cumprimento dessas leis proporciona um controle a nível nacional, o que ajuda a diminuir a incidência das diferentes pragas.

Pragas nas raízes

Cigarrinha-da-raiz Mahanarva fimbriolata
É encontrada, praticamente, em todas as regiões canavieiras do Brasil. No Estado de São Paulo tornou-se uma praga relevante, com o aumento das áreas de colheita de cana crua. Nesse sistema de colheita, o acúmulo de palha contribui para manter a umidade do solo, o que favorece o aumento da população desse inseto. A queima contribui com a destruição de parte dos ovos depositados no solo e na palhada. O macho é de coloração vermelha com algumas faixas pretas longitudinais no dorso. Já a fêmea apresenta as mesmas características, mas é marrom-escura (Figura 1).
Descrição:   
Fig. 1. Macho e fêmea de Mahanarva fimbriolata.
Foto: Heraldo Negri.
A cigarrinha-da-raiz põe ovos nas bainhas secas ou sobre o solo, próximo ao colmo da planta (98% dos ovos na linha). As formas jovens fixam-se nas raízes, onde sugam a seiva. 
A infestação da cigarrinha-da-raiz é identificada pela presença de uma espuma esbranquiçada semelhante à espuma de sabão, na base da touceira (Figura 2). Os adultos vivem na parte aérea da planta, sugando os colmos. A cigarrinha-da-raiz ocorre, sobretudo, em período úmido, sendo que a falta de umidade prejudica a formação de espuma, o que leva à morte das ninfas. A praga vive, também, em outras gramíneas, principalmente, em capins e gramas, e age da mesma forma que nos canaviais.
Descrição:   
Fig. 2. Espuma das ninfas da cigarrinha-da-raiz.
Foto: Heraldo Negri.
Os prejuízos causados pela cigarrinha-da-raiz são:
  • extração de grande quantidade de água e nutrientes das raízes pelas ninfas;
  • redução do teor de açúcar nos colmos;
  • aumento do teor de fibras;
  • aumento dos colmos mortos, o que diminui a capacidade de moagem;
  • aumento do teor de contaminantes, o que dificulta a recuperação do açúcar e inibe a fermentação. 
O controle dessa praga pode ser feito das seguintes formas:
Controle biológico
A cigarrinha-da-raiz pode ser controlada pela aplicação de Metarhizium anisopliae, também chamado de fungo-verde, na dose mínima de 200 gramas por hectare de fungo puro. O produto atinge ninfas e adultos. As aplicações devem ser feita com o uso de 250 litros de água por hectare (Figura 3). Algumas condições são indispensáveis para o sucesso desse controle microbiano, utilizando esse fungo, como:
  • umidade elevada seguida de veranico;                       
  • temperatura entre 25°C e 27°C;
  • qualidade do fungo;
  • aplicação à tarde ou à noite em locais de alta infestação.
Controle químico
A cigarrinha-da-raiz pode ser controlada por agentes químicos:  
  • para as ninfas, recomenda-se o uso dos inseticidas thiamethoxam ou carbofuran granulados, aplicados de um dos lados da touceira (Figura 3).
  • para adultos, recomenda-se a aplicação de um inseticida seletivo que não atinja inimigos naturais da cigarrinha: carbaril, triclorfon, malation, entre outros(Figura 3).

Descrição:   
Fig. 3. Ciclo biológico de Mahanarva fimbriolata em cana-de-açúcar e épocas de controle.
Fonte: Gallo et al. (2002).
Controle cultural
Recomenda-se que o controle cultural seja executado observando:
 - A retirada total da palha deixa o solo exposto e cria um ambiente desfavorável aos ovos que entram em diapausa (parada prolongada do desenvolvimento).
 - O plantio direto deve ser evitado em áreas com histórico de infestações.
 - A destruição mecânica da palhada (Figuras 4 e 5), durante o preparo do solo, é uma forma eficaz para reduzir o número de ovos.
 - O uso de variedades resistentes é essencial em locais favoráveis à praga. A variedade SP79-1011 é menos suscetível que RB72454, SP81-3250, SP80-1842, entre outras.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 4. Destruição mecânica de restos culturais.
Foto: Paulo Botelho.
Fig. 5. Enleiramento da palhada.
Foto: Paulo Botelho.
Percevejo-castanho Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae
Tanto os jovens quanto os adultos têm hábito subterrâneo e sugam a seiva das raízes. A forma jovem do percevejo-castanho é de coloração branca e a adulta, de coloração marrom. As duas espécies são fáceis de ser distinguidas: o Scaptocoris castanea é marrom-escuro (Figura 6), enquanto o Atarsocoris brachiariae é mais amarelado. Ambos exalam um cheiro desagradável, que é facilmente reconhecível na abertura de sulcos.
O percevejo-castanho tem duas gerações por ano e é encontrado no solo durante o ano todo. Os adultos estão mais presentes na superfície do solo em período úmido - dezembro e janeiro, quando ocorrem as revoadas de dispersão da espécie, momento que favorece o uso de medidas preventivas de controle. Durante o período de seca, eles se aprofundam no solo em busca de umidade, enquanto as pupas e larvas (Figura 7) podem ser encontradas com facilidade.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 6. Adulto de Scaptocoris castanea.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 7. Larva de Scaptocoris castanea.
Foto: Heraldo Negri.
Os prejuízos causados pelo percevejo-castanho podem ser altos se a infestação for intensa. Por causa da grande quantidade de seiva perdida, as plantas atacadas apresentam:
  • murchamento;
  • amarelecimento;
  • secamento da cana.
Para o controle do percevejo-castanho é necessário:
  • constatar a presença da praga durante o preparo de solo;
  • demarcar a reboleira para o controle;
  • aplicar inseticida granulado sistêmico, como aldicarb, disulfoton, carbofuran e terbufós, no plantio (Figura 8).
Descrição:   
Fig. 8. Controle químico no plantio.
Foto: Wilson Novaretti.
Besouros Ligyrus spp. - pão-de-galinha
                  Euetheola humilis - pão-de-galinha
                  Stenocrates spp - pão-de-galinha
                  Migdolus fryanus - broca-da-cana 
                  Sphenophorus levis - gorgulho-da-cana
                  Metamasius hemipterus - besouro-rajado-da-cana
Os adultos das espécies Ligyrus spp., Euetheola humilis e Stenocrates spp são de cor marrom-escura e põem ovos próximo ao tolete no plantio. Suas larvas, conhecidas como pão-de-galinha, são brancas, com três pares de pernas robustas, em forma de U. Elas têm a cabeça castanha e podem chegar a cinco centímetros de comprimento. O período larval vai de 12 a 20 meses e, depois, as larvas se transformam em pupa. Os adultos emergem do solo nos meses mais quentes do ano, com o início das chuvas, época em que as canas novas estão brotando.
A espécie Migdolus fryanus tem hábito subterrâneo, vive em solos profundos, bem drenados e em regiões de cerrado. O macho adulto, de coloração preta, voa. Já a fêmea, de coloração semelhante à ferrugem, não voa (Figura 9). A postura de ovos ocorre entre janeiro e março. Durante esse período, as larvas atacam as plantas. As larvas são de coloração branca e medem quatro centímetros (Figura 10). Esta praga é difícil de ser controlada, causando danos em larga escala ao canavial (Figura 11).
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 9. Adulto de Migdolus fryanus. 
Foto: Paulo Botelho.
Fig. 10. Larvas de Migdolus fryanus. 
Foto: Raffaella Rossetto.

Descrição:   
Fig. 11. Danos causados por Migdolus fryanus ao canavial.
Foto: Wilson Novaretti.
Sphenophorus levis é um besouro que só ocorre no Estado de São Paulo. Ele mede cerca de 15 milímetros de comprimento e tem coloração marrom (Figura 12). A postura de ovos ocorre na base dos colmos. As larvas são brancas, enrugadas e sem pernas (Figura 13). Elas abrem galerias nas plantas e aparecem nas épocas mais quentes do ano. Já Metamasius hemipterus difere-se de Sphenophorus levis. por ser de ampla distribuição no território nacional e possuir coloração rajada.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 12. Adulto de Sphenophorus levis.
Foto: Paulo Botelho.
Fig. 13. Larva de Sphenophorus levis.
 Foto: Paulo Botelho.
Os prejuízos causados pelo besouro são: destruição dos toletes de plantio e das raízes, o que prejudica a germinação. Os métodos de controle da praga podem ser feitos das seguintes formas:Os prejuízos causados pelo besouro são: destruição dos toletes de plantio e das raízes, o que prejudica a germinação. Os métodos de controle da praga podem ser feitos das seguintes formas:
Controle cultural
Os besouros podem ser controlados por meio de:
  • rotação de culturas;
  • eliminação de soqueiras atacadas, arando e gradeando três vezes, três meses antes do plantio.
Controle biológico
Migdolus fryanus tem sido parasitado por sarcofagídeos (moscas muito semelhantes a algumas varejeiras), entre janeiro e março (Figura 14). Nematóides do gênero Neoaplectana também podem parasitar o besouro.
Descrição:   
Fig. 14. Mosca parasita.
Foto: Heraldo Negri.
Feromônios: um feromônio sexual do grupo amida para Migdolus fryanus já está disponível no mercado, na forma de pellets (partículas de resíduos agrícolas compactados, em forma de um pequeno cilindro). Ele pode ser usado para monitoramento junto a uma armadilha, entre outubro e março.
Controle químico
O controle de Migdolus fryanus é difícil. É recomendado o uso de 500 gramas de fipronil ou de endosulfan por hectare, que deve ser aplicado no sulco de plantio para atingir as larvas. Os adultos de gorgulho-da-cana podem ser controlados com iscas tóxicas, feitas com colmos cortados ao meio e tratados com inseticidas (mistura de 25 gramas de carbaril 850 PM a um litro de água e um litro de melaço), que devem ser distribuídas na base de 200 gramas por hectare.
Cupins - Heterotermes tenuis (Figura 15);
              Procornitermes sp (Figura 16);
             Nocapritermes sp (Figura 17);             
             Syntermes
 sp (Figura 18);          
            Cornitermes sp.
A principal espécie de cupim é a Heterotermes tenuis. Ele é branco, com cabeça amarelada, corpo afilado e mandíbulas longas (Figura 15). A espécie caracteriza-se por não levar terrra para o interior das galerias, como faz Procornitermes sp (Figura 16). Os ninhos desses cupins são subterrâneos e de forma cilíndrica.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 15. Adulto de Heterotermes tenuis.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 16. Adulto de Procornitermes sp.
Foto: Heraldo Negri.

Descrição:   
Descrição:   
Fig. 17. Adulto de Neocapritermes sp.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 18. Adulto de Syntermes sp.
Foto: Heraldo Negri.
Os cupins atacam os toletes (Figura 19), danificando as gemas, o que influi na germinação. Isso provoca falhas na lavoura (Figura 20) e exige o replantio. Os prejuízos atingem dez toneladas de cana por hectare, anualmente. O ataque é maior em terrenos arenosos.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 19. Ataque por cupins.
Foto: Wilson Novaretti.
Fig. 20. Canavial atingido por cupins.
Foto: Wilson Novaretti
O controle do cupim pode ser feito com iscas do tipo Termitrap, na base de 30 iscas por hectare, na reforma do canavial. Em soqueiras, as iscas devem ser usadas com Imidacloprid e Beauveria bassiana na base de 40 iscas por hectare, por ano, para a eliminação de ninhos.
Para o controle químico, os produtos recomendados são:
  • fipronil 800 WG - 250 gramas por hectare;
  • endosulfan 350 CE - seis litros por hectare;
  • terbufós granulado - 20 quilos por hectare.

Pragas no colmo

Broca da cana-de-açúcar (Diatrea sacchralis)
A broca é a principal praga da cana-de-açúcar. A lagarta jovem alimenta-se, inicialmente, das folhas para depois penetrar pelas partes mais moles do colmo (bainha). Ela abre galerias de baixo para cima, que podem ser longitudinais - maioria das vezes - ou transversais (Figura 1). 
Descrição:   
Fig. 1. Broca da cana-de-açúcar.
Foto: Raffaella Rossetto.
A lagarta atinge seu completo desenvolvimento ao completar 40 dias, quando mede 23 milímetros de comprimento. A coloração de seu corpo é amarela-pálida e da cabeça, marrom. A fase de pupa (casulo), que segue a larval, dura de nove a 14 dias e resulta num adulto que sai pelo orifício deixado pela lagarta. O ciclo inteiro dura de 53 a 60 dias e pode resultar em quatro gerações por ano, distribuídas em outubro e novembro, dezembro e janeiro, fevereiro e abril e em maio e junho. Já a forma adulta é uma mariposa com asas amarela-palha e com 25 milímetros de envergadura (Figura 2). A fêmea deposita ovos na face inferior das  folhas da planta.
Descrição:   
Fig. 2. Adulto da broca da cana-de-açúcar.
Foto: Heraldo Negri.
Prejuízos diretos causados pela abertura de galerias:
  • perda de peso e morte das gemas;
  • tombamento pelo vento, se as galerias forem transversais (Figura 3);
  • secamento dos ponteiros, conhecido como coração morto, na cana nova (Figura 4);
  • enraizamento aéreo (Figura 5) e brotações laterais.

Descrição:   
Descrição:   
Fig. 3. Sintomas de galeria transversal.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 4. Sintomas de coração morto.
Foto: Heraldo Negri.


Descrição:   
Fig. 5. Sintomas de
enraizamento aéreo.
Foto: Heraldo Negri.


Prejuízo indireto causado pela abertura de galerias:
  • podridão vermelha do colmo (Figura 6), causada pelos fungos Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, que penetram pelos orifícios do colmo e invertem a sacarose, o que diminui a pureza do caldo.

Descrição:   
Fig. 6. Sintomas de
podridão.
Foto: Heraldo Negri.

Para saber quando controlar a praga é necessário conhecer a intensidade de infestação (IF). Esse dado pode ser obtido ao abrir longitudinalmente cada colmo coletado (100 colmos por talhão) e contar o número total de internódios e o número de internódios atacados e fazer o cálculo com base na seguinte fórmula:
IF= 100 x n° internódios atacados
               n° total de internódios
A época ideal de controle é quando a IF for igual ou superior a 3%. Existem várias formas de controle da lagarta, que estão descritas abaixo.
Controle cultural
A broca da cana-de-açúcar pode ser controlada por meio de: 
  • plantio de variedades resistentes ou tolerantes;
  • corte de cana sem desponte;
  • moagem rápida após o corte;
  • eliminação de plantas hospedeiras próximas ao canavial (milho, milheto).
Controle biológico
A broca da cana-de-açúcar pode ser controlada por agentes biológicos, como:
  • parasitóide de ovos: Trichogramma galloi evita o ataque da broca nos colmos. A forma adulta da vespa deve ser liberada em 25 pontos por hectare. A quantidade a ser liberada é 200 mil por hectare em três liberações sucessivas, feitas à tarde, semanalmente. Associada com o parasita Cotesia flavipes,pode reduzir a intensidade de infestação em 60%.
  • parasitóide de lagartas: Cotesia flavipes ataca lagartas com mais de 1,5 centímetros (Figura 7). A quantidade de adultos a ser liberada é de seis mil por hectare, quando forem encontradas dez lagartas por hora, por operador, na coleta de monitoramento, que identifica o momento certo em que a praga entra na lavoura, em que nível se estabelece, como reage aos inseticidas e quais são os seus ciclos de vida.

Descrição:   
Fig. 7. Adulto de Cotesia flavipes atacando uma lagarta.
Foto: Heraldo Negri.

O monitoramento da praga pode ser feito com o uso de armadilhas, com duas fêmeas virgens com 48 horas de idade - estas exercem forte atração sobre os machos, que podem ser coletados em uma bandeja com água e melaço - ou feromônios (Figura 8). O feromônio é uma substância química liberada pelos insetos para que estes se comuniquem através do olfato. Ela pode desencadear uma reação imediata no inseto, o que altera seu comportamento quanto ao sexo, estimulando a agregação ou dispersão e podendo definir territórios, trilhas ou, ainda, servindo de alerta.
Descrição:   
Fig. 8. Armadilha de feromônio.
Foto: Paulo Botelho.
Controle químico
  • a broca da cana-de-açúcar pode ser controlada por meio de pulverização de triflumuron, lufenuron ou fipronil, direcionada para a região do palmito, quando houver 3% de canas com lagartas recém-eclodidas.

Broca-gigante (Telchin licus)
A forma adulta da broca-gigante é uma borboleta preta com uma faixa branca transversal nas asas anteriores. As asas posteriores apresentam uma faixa branca curva e sete manchas vermelhas na margem externa (Figura 9). Ela ocorre, sobretudo, na região Nordeste e pode acarretar prejuízos de 20% a 60% da produção.
No Nordeste, as brocas adultas aparecem no verão e põe ovos em touceiras velhas, no meio dos detritos e caules cortados. As lagartas são grandes - 80 mm de comprimeto - brancas, com algumas pintas pardas na parte dorsal. A largura é decrescente da parte toráxica para a anal (Figura 10). A pupa se transforma dentro de um casulo feito de fibras de cana e dá origem a um adulto que viverá até 15 dias.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 9. Adulto da broca-gigante.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 10. Larva da broca-gigante.
Foto: Heraldo Negri.
Os prejuízos causados pela broca-gigante são:
  • galerias verticais;
  • destruição completa do colmo por causa do tamanho;
  • redução do poder germinativo;
  • coração morto;
  • podridões.
Não existe um método de controle eficiente da praga. Atualmente, o meio utilizado consiste na catação manual de larvas por meio de enxadeco e captura de adultos com o uso de rede entomológica.

Elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Esta lagarta é muito ativa, de coloração verde-azulada com a cabeça marrom-escura (Figura 11). Ela se alimenta das folhas na fase inicial para, depois, alojar-se na parte inferior dos colmos rente ao solo, nas canas novas. A lagarta elasmo constrói galerias compostas de terra e teia, abaixo da superfície do solo. Durante o período de pupa, ela permanece próximo à base da planta. A mariposa mede de 15 a 20 milímetros e é de coloração cinza.
Descrição:   
Fig. 11. Larva de elasmo.
Foto: Heraldo Negri.
Os prejuízos causados pela lagarta elasmo são:
  • amarelecimento da planta; 
  • coração morto.
Esses prejuízos ocorrem devido às galerias no centro da haste da cana e se manifestam, principalmente, nas canas recém-brotadas, mas os danos são piores na cana-planta, já que o número de brotações é menor.
Não existe controle eficiente da praga, mas por ser um inseto que se desenvolve em ambiente seco a manutenção do solo umedecido diminui sua ocorrência.


Pragas nas folhas

Lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda 
A lagarta-do-cartucho, também conhecida como lagarta-militar, ataca as folhas até sua completa destruição. Após 30 dias, a larva mede cerca de cinco centímetros de comprimento, com coloração cinza-escuro a marrom e uma faixa dorsal com pontos pretos (Figura 1). Nesta espécie, é muito comum o canibalismo, quando as lagartas estão agrupadas. No fim do período larval, a lagarta penetra no solo, onde se transforma em pupa. Na fase adulta é uma mariposa de asas anteriores pardo-escuras e asas posteriores cinza-claras (Figura 2). Ela põe até dois mil ovos na face superior das folhas.
Descrição:   
Descrição:   
Fig. 1. Lagarta Spodoptera frugiperda.
Foto: Heraldo Negri.
Fig. 2. Adulto de Spodoptera frugiperda.
Foto: Heraldo Negri.
A lagarta-do-cartucho é desfolhadora e os danos causados por ela são maiores nos primeiros 90 dias da cultura, ou seja, na fase da cana-planta. Os métodos de controle da praga são:
Controle biológico
A lagarta-do-cartucho pode ser controlada pelos agentes biológicos:  
  • Doru luteipes, a tesourinha, é um predador natural: ela ataca a lagarta;
  • Trichogramma spp. e Telenomus sp. são parasitóides de ovos: as vespas colocam seus ovos no interior dos ovos da praga;
  • Chelonus insularis e Campoletis flavicincta são parasitóides de lagartas pequenas: as vespas põem seus ovos no interior das lagartas.
Controle químico
Antes de qualquer aplicação de inseticida é necessário realizar o levantamento da população da praga. Deve-se examinar cinco plantas por ponto em dez pontos por hectare. O controle deverá ser realizado se 50% da área estiver desfolhada, ou seja, se houver duas lagartas (menores que 1,5 centímetros) por planta.
Os produtos recomendados para o controle são: fosforados, clorofosforados, carbamatos e piretróides, entre outros. Para mariposas pode ser usada, também, isca preparada com um quilo de melaço, dez litros de água e 25 gramas de metomil. A mistura deve ser pulverizada na base de meio litro em 15 metros lineares de cana, a cada 50 metros.

Curuquerê-dos-capinzais Mocis latipes
As lagartas recém nascidas alimentam-se da parte mais mole das folhas e ficam na face inferior, o que torna difícil sua visualização. Quando elas estão desenvolvidas medem quatro centímetros e têm coloração amarelada, com estrias longitudinais castanho-escuras (Figura 3). As curuquerês-dos-capinzais são facilmente reconhecíveis, pois andam como se estivessem medindo palmo. Os casulos das pupas podem estar nas folhas secas ou sobre o solo. 
Já os adultos são mariposas de coloração pardo-acinzentada (Figura 4). A fêmea põe ovos na face superior da folha, sendo que esta praga pode desenvolver quatro gerações por ano.
Descrição:   
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Fig. 3. Lagarta de Mocis latipes.
Foto:  Heraldo Negri.
Fig. 4. Adulto de Mocis latipes.
Foto: Heraldo Negri.
Esta praga se manifesta de maneira cíclica. Quando ocorrem surtos, ela pode destruir totalmente a folhagem não só da cana, mas de várias outras gramíneas (Figura 5).
Descrição:   
Fig. 5. Danos causados por lagartas desfolhadoras.
Foto: Paulo Botelho.
O controle da curuquerê-dos-capinzais é difícil, pois ela pode migrar para outras áreas, como pastagens, por exemplo. O controle químico pode ser feito da seguinte maneira:
  • para as ninfas, recomenda-se o uso de thiamethoxam ou carbofuran granulados, aplicados de um dos lados da touceira;
  • para adultos, recomenda-se a aplicação de um inseticida seletivo que não atinja inimigos naturais da cigarrinha, como carbaril, triclorfon e malation.
O controle biológico pode ser feito com Bacillus thuringiensis, na base de um quilo do produto por hectare, quando as lagartas estiverem pequenas. Este é um inseticida microbiano seletivo e não-tóxico.

Pulgões Rhopalosiphum maidis
                Melanaphis sacchari

Estes insetos-praga introduzem o aparelho bucal nas folhas e sugam sua seiva. Eles se reproduzem por partenogênese telítoca, ou seja, sem a intervenção do macho. Os insetos medem cerca de 1,5 milímetros e podem ou não ter asas (Figuras 6 e 7).
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Fig. 6. Forma alada de pulgão.
Foto:  Paulo Botelho.
Fig. 7. Forma áptera de pulgão. 
Foto:  Paulo Botelho.
Rhopalosiphum maidis tem a coloração verde-azulada e é vetor do vírus do mosaico. Já Melanaphis sacchari é verde-amarelo e possui hábitos semelhantes àRhopalosiphum maidis. Ele é vetor da doença do amarelinho.
Os prejuízos diretos causados por estas pragas são: enrolamento das folhas e atrofia dos brotos novos. Os danos provocados pela sucção das folhas não são tão importantes, pois geralmente a planta é resistente. O maior prejuízo é a transmissão do mosaico, uma das principais doenças da lavoura canavieira.
O controle é basicamente cultural, com a eliminação de touceiras doentes. Atualmente, as variedades de cana disponíveis são resistentes ao mosaico e ao amarelinho. 

Cigarrinha-da-folha Mahanarva posticata
O macho tem coloração marrom-avermelhada e apresenta duas manchas vermelhas na ponta das asas. A fêmea é mais escura e põe ovos nos tecidos da planta, como na bainha, por exemplo. As ninfas ficam envoltas por uma espuma branca, como a da cigarrinha-da-raiz, mas alojadas na bainha das folhas.
Os prejuízos causados pela cigarrinha-da-folha são:
  • Queima das folhas: as folhas apresentam estrias longitudinais de coloração amarelada e pontas enroladas, que dão a impressão de requeima (morte repentina de órgãos aéreos) por falta d´água;
  • Colmos com espaço pequeno entre nós, com aparência de palmeira;
  • Perda de até 17% de açúcar, no Nordeste.
Os métodos de controle da cigarrinha-da-folha são:
Controle cultural
O plantio direto deve ser evitado em áreas com histórico de infestações. A destruição mecânica da palhada, durante o preparo do solo, é uma forma eficaz de reduzir o número de ovos.
A retirada total da palha deixa o solo exposto e cria um ambiente desfavorável aos ovos, que entram em diapausa (parada prolongada do desenvolvimento).

O uso de variedades resistentes é essencial em locais favoráveis à praga. A variedade SP79-1011 é menos suscetível que RB72454, SP81-3250, SP80-1842, entre outras.
Controle biológico
A cigarrinha-da-folha pode ser controlada pela aplicação de Metarhizium anisopliae, também chamado de fungo-verde, na dose mínima de 200 gramas por hectare de fungo puro. Ele atinge ninfas e adultos. As aplicações devem ser feitas com o uso de 250 litros de água por hectare. Algumas condições são indispensáveis para o sucesso na aplicação do fungo, como:
  • Umidade elevada seguida de veranico;
  • Temperatura entre 25°C e 27°C;
  • Qualidade do fungo;
  • Aplicação, à tarde ou à noite, em locais de alta infestação.
Controle químico
  • Para as ninfas, recomenda-se o uso dos inseticidas thiamethoxam ou carbofuran granulados, aplicados de um dos lados da touceira;
  • Para adultos, recomenda-se a aplicação de um inseticida seletivo que não atinja inimigos naturais da cigarrinha: carbaril, triclorfon, malation, entre outros


























Conclusão


Conclui-se que uma boa adubação é essencial tão quanto para o solo e a cana-de-açúcar ou outra cultura qualquer. Há diversos tipos de adubos desde convencional ao mais corretamente ecológico no qual é chamado de, “adubo orgânico”. Portanto o produtor deve respeitar o limite para que não deixe faltar nutriente para o solo é principalmente à planta, mas não se deve também ultrapassar o limite de adubação pré-estabelecido.
As doenças da cana-de-açúcar são as mais diversas a forma de transmissão desde ao vento e por meio do solo, no qual cada se pede um caso especifico de tratamento, claro além de variedades resistente a esse tipo de doença.
Da mesma forma e as pragas deve ser feito o controle químico, cultural e biológico. É essencial não somente uma boa gerencia agrícola, mas o empenho te todos para que nada possa passar dos limites.


















Referência Bibliográfica


v  http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/canadeacucar/arvore/CONTAG01_55_711200516718.html(acesso dia13/04/2012)


v  http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/canadeacucar/arvore/CONTAG01_80_22122006154841.html(acesso dia13/04/2012)

v  http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/canadeacucar/arvore/CONTAG01_53_711200516718.html(acesso dia13/04/2012)